Há dois anos, eu desisti.

Existe aquela frase “Não importa o que fizeram com você, importa o que você fez com o que fizeram com você.” E, nesses dois últimos anos, eu pude viver isso. Eu desisti, mas de uma forma diferente; no momento em que decidi que não aguentava mais, resolvi me dar dois anos – e é onde a tatuagem de 2025 entra. Sempre que alguém me perguntava, eu dizia: “É uma data de validade”. Era uma brincadeira com um fundo de verdade.

Enfim, sei que pode parecer loucura para muitos que agora sabem a verdade, mas foi minha forma de me dar mais uma oportunidade. Como eu poderia não fazer isso? Logo eu, que dou tantas oportunidades aos outros?

Não aconselho ninguém a fazer isso, mas para mim, parece ter funcionado. A terapia foi de extrema importância nesse processo — foi ela que me deu suporte para entender minhas dores, me escutar de verdade e encontrar novos sentidos para continuar. Ainda existe aquela voz – que só quem vive isso vai entender -, mas mais forte que isso, hoje vejo mais significado na vida. E o mais engraçado é que enfrento as mesmas dificuldades de antes; apenas a minha forma de ver a vida é que mudou. 

Foi um longo caminho, com momentos muito difíceis, mas houve bons momentos também. Nesse meio tempo, dei mais atenção ao que eu gostava de fazer, me afastei de grupos e fiz uma jornada solitária. Mas tudo parece ter valido a pena. Como disse, me encontro praticamente na mesma realidade de dois anos atrás, mas isso é até bom, pois me faz entender que o problema não era a minha vida, mas a forma como eu a percebia.

Hoje eu não tenho os mesmos pensamentos que já tive um dia. Eles não me definem mais, e sou grata por ter esperado para ver o que a vida ainda podia me mostrar. A jornada pode ser longa e até brutal em certos momentos, mas se tem algo que aprendi, é que merecemos, sim, quantas chances forem necessárias. Não podemos desistir de nós. E, se existe alguém capaz de dar significado à nossa vida, somos nós. Faça sua própria jornada. Não desista de existir. Experimente uma bebida diferente, conheça pessoas… E, em algum momento, você vai entender o que esta frase significa:

“ O propósito da vida é vivê-la”

Existe aquela expressão “Fazer dos limões que a vida te dá, uma limonada”. Mas  é difícil ser aquela pessoa que sempre pega algo mínimo ou imperfeito e tenta transformar em algo grandioso. Além de ser exaustivo, essa não é uma responsabilidade que devemos carregar o tempo todo. Um dos pilares da autoestima é saber onde devemos estar, compreender que não precisamos nos esforçar nem nos diminuir para caber em lugares ou relações que não nos valorizam.

Aproveite esse dom de transformar limões em limonada e aplique-o em coisas que realmente façam sentido para você; Talvez você esteja precisando de um look novo, mas quer economizar. Reorganize suas peças, busque inspirações no Pinterest para criar novas combinações, e use esse momento para desapegar de roupas que não refletem mais quem você é. Faça isso por você, para se sentir bem e confiante. Tire o foco de uma situação desgastante e veja o que acontece.

Quando usamos nossos esforços para tirar algo de bom de situações que nos oferecem o mínimo, acabamos nos sentindo cansadas e desvalorizadas, e surge aquela dúvida: “Será que não sou boa o bastante?”. Podemos facilmente nos perder nesse sentimento, sem perceber que estamos focando no ponto errado, dando atenção a quem deveríamos tratar com  indiferença.

Entenda: o esforço deve ser feito para te deixar feliz, não para agradar os outros às custas da sua paz. Às vezes, enxergar o copo meio cheio é essencial, mas em outras situações, isso pode ser uma forma de nos enganarmos. Em um relacionamento, o esforço precisa ser mútuo. Construir algo a dois só funciona se ambos estão dispostos a se dedicar.

Se o que você deseja é um relacionamento estável, com alguém que te valorize e te elogie, por que aceitar menos do que isso? Talvez você esteja em uma relação onde mal recebe atenção, e, ao invés de abordar isso de forma madura, justifica com frases como: “Ele deve estar cansado do trabalho.” Pode até ser verdade, mas se elogios e carinho são a sua linguagem de amor, por que o seu parceiro não pode fazer isso?

Agora, se você está solteira e um homem te chama para sair, lembre-se: você não precisa decidir tudo. Gentileza e iniciativa fazem parte da conquista. Diga o que gosta de comer ou beber e permita que ele planeje algo para te surpreender. Você merece ser tratada com consideração.

Respire fundo, deixe as coisas fluírem. Você não precisa dar conta de tudo. O que é para ser, será sem tanto esforço.

Agora, não sei você, mas eu já cansei de transformar limões em limonada. Quero que me sirvam um cozumel, para beber tranquilamente em um bar ou à beira da praia.

Autoestima de verdade não é se sentir bem o tempo todo ou nunca duvidar de si mesma. É sobre construir uma relação saudável consigo, reconhecendo seu valor independentemente das circunstâncias. É saber que você é digna de respeito e amor, mesmo quando comete erros ou enfrenta desafios. Ter autoestima significa acolher suas qualidades e imperfeições, tratando-se com a mesma compaixão que daria a uma amiga.

É aprender a ouvir a própria voz acima das críticas externas e tomar decisões que respeitem quem você é. Autoestima de verdade não é perfeição; é autenticidade e cuidado consigo mesma. Pode ser demonstrada com um pequeno gesto como fazer uma bebida quente em uma noite fria, se levar para passear quando não tiver com quem ir, se fazer um elogio em um dia não tão bom.

Autoestima é compaixão por si. Abrace quem você é! Se olhe no espelho e veja a cor dos seus olhos, o formato de suas sobrancelhas, observe seu sorriso. Você é tão única quanto um floco de neve. Comece a enxergar a beleza em você, despida de todas as críticas e comentários alheios. Dê esse primeiro passo e lembre-se: você não está sozinha.